google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 junho 2011 - AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
As pessoas mais próximas do meu convívio sabem que o meu carro de uso diário é uma velha e surrada Volkswagen Quantum fabricada em 1996 (para os íntimos, "Panzerwagen"). Como sempre digo,: não vale grande coisa, mas também não está à venda, terá sempre um lugar em minha garagem enquanto for um veículo útil e confiável, situação que sempre dependerá de um mínimo de cuidados com a sua manutenção.

O carro está na família desde 1999, mas veio parar em minhas mãos apenas em 2003. Já em 2004, senti que após oito anos de bons serviços prestados estava na hora de um overhaul completo (revisão total) na suspensão, com componentes novos, tudo do bom e do melhor para que o carro ficasse justinho e confortável, como se tivesse saído da fábrica.

Deleguei a tarefa ao meu mecânico de confiança, deixando o carro em sua oficina pela manhã e pedindo também para que ele desse uma inspecionada no estado geral do monobloco da Panzer. Voltei lá no final da tarde e ele me passou a relação completa de peças a serem trocadas, afirmando ainda que o monobloco estava bem íntegro, mesmo após 15 anos de uso nas esburacadas estradas desse país. Por enquanto, não há sinal algum de rachadura na parede de fogo ou no túnel da transmissão.
Foto: www.uol2.com.br/bestcars

Cisialia 202

— Olha aqui, senhor Cézane, não dá pra pintar aquelas montanhas ali do fundo um pouco menos azuladas? – pede o pretendente a comprador da obra de arte, enquanto vê o artista diante do cavalete. Não sei aonde é que o senhor está vendo tanto azul assim naquelas montanhas lá.

— Mas, afinal, senhor Da Vinci, essa mulher aí, a Gioconda, estava sorrindo ou não quando o senhor a pintou? Não dava para ser mais claro, mais evidente? – outro comprador opina.

— Veja bem, senhor Rodin, esse sujeito aí sentado no toco e segurando o queixo não está muito do meu gosto, não. Além do mais é irreal. Ninguém pensa pelado sentado num toco. A gente pensa pelado só quando está sentado no vaso. É ou não é? – outro opiniento mal educado.

Pois é, qual seria a reação dos artistas teriam diante dessas opiniões bestas?

No mínimo uma bicuda bem dada no traseiro do energúmeno.


Biscoitos Tostines  vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais?

A questão encaixa-se à perfeição aos alemães: eles guiam bem porque não há limite nas Autobahnen, ou não há limite nas Autobahnen porque eles guiam bem?

Sempre  ouço ou leio a justificativa de que no Brasil velocidade é relacionada a acidente, daí os limites baixos que vemos por aqui. Inclusive, a prefeitura de São Paulo "está com a corda toda"  baixando os limites – que já eram baixos – de muitas avenidas e já parte chutando que "os acidentes se reduzirão em 20 por cento". O Departamento de Estradas de Rodagem paulista também está nesse barco e reduziu limites, como de 100 para 90 km/h na rodovia Raposo Tavares e de 110 para 90 km/h na marginal da Via Anchieta.

Fotos:
Citroen BX16-valve club
home.planet.nl/~koper193/groupb
autor



Se hoje em dia a Citroën deita e rola no Campeonato Mundial de Rali (WRC), pela pilotagem absurdamente eficiente de Sebastian Loeb, navegação perfeita de Daniel Elena e confiabilidade dos Xsara, C4 e agora DS3, é devido a aprendizados doloridos ao longo do tempo.

Essa dupla, com apoio da fábrica, controla o WRC desde 2004 com o Xsara, de 2007 a 2010 com o C4, e agora em 2011 com o DS3, e há mais um Sebastian, o Ogier, para dividir as vitórias. Aliás, parece que para ser “pilotão” tem que ser chamar Sebastião! Vejam que na Fórmula 1 é a mesma história.

Mas vitórias e gracinhas à parte, houve um tempo complicado para a marca.


Falamos da comemoração dos vinte anos da vitória em Le Mans do lendário Mazda 787B aqui. Foi a primeira e única vitória de um motor rotativo e de um carro japonês na mais tradicional prova de endurance do mundo.

O principal papel da edição de 1991 foi mesmo do 787B, que sobressaiu frente aos poderosos V-8 e V-12 dos concorrentes. Um fato interessante e que até então não muito conhecido é a estrutura da equipe Mazda e a estratégia para a corrida.

Outro dia, de férias na fazenda, fim de tarde, e estou na modorra, balançando na rede pra lá e pra cá, quando escuto o tropel do nosso trator véio Massey-Ferguson 85X. Esse é da década de 70 e ainda presta bons serviços gastando pouco combustível e sem dar problemas. Esse é um que morre no pasto de casa. Não o vendo.

Abro um pouco os olhos e vejo o Tigrão, o meu vira-lata, chegando do trabalho nesse véio 85X. E ele já vem com o sangue quente, joga o chapéu de palha no chão, pisa em cima e fica reclamando que o trator está com vazamentos de diesel nas mangueirinhas e que aquilo misturado com o pó seco de capim era uma tocha prestes a pegar fogo à menor fagulha e que se era pra ele arriscar a vida de cão dele naquele troço, ele ia querer mais osso do bom na cumbuca fedida dele lá.



Sábado passado voltava do encontro de autos antigos de Águas de Lindoia (SP) em direção ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, onde devolveria o carro alugado e pegaria o voo para o Rio de Janeiro.

Ainda na rodovia Fernão Dias, comentei com o amigo que guiava o carro para procurarmos um posto para abastecer o Palio da locadora antes de devolvê-lo, pois nos seria cobrado R$ 4,50 por litro caso devolvêssemos o tanque sem estar cheio. Considerando que o carro tinha menos de ¼ de tanque e o preço do álcool em São Paulo anda por volta de R$ 1,70, gastaríamos uns R$ 100,00 a mais se não abastecêssemos antes.

Fotos: autor

Havia anos que não vinha para a Grande Maçã. Ao planejar minhas férias, decidi alugar um carro somente quando estivesse deixando Manhattan, só o que deixaria de dinheiro na mão dos estacionamentos pagaria um belo upgrade na Hertz; deixo isso para o próximo post.

Prius Hybrid - recepção nada entusiástica, cadê os V-8?
O engraçado é que cheguei a essa conclusão logo ao apanhar o táxi do aeroporto, um Prius, cadê os Crown Victoria V-8? Que, apesar de barcas, tinham aquele ronronar gostoso, tão bom que até esquecíamos como eram apertados por dentro. O motorista do Prius, um indiano, perguntou muito do Brasil, queria traçar paralelos, realmente estamos mais para eles que para EUA. Feliz com seu híbrido, roda 11 horas e gasta 10 dólares por dia de combustível. Já há muitos Prius táxi e vários outros híbridos também. Meu amigo AG choraria de ver V-8s desaparecendo do cenário, lenta e dolorosamente, em prol de não sei bem o quê.


Vejam este texto da Petrobras, tirado do blog da empresa:

"A Copa Petrobras de Marcas, que recupera a disputa entre os modelos das montadoras nacionais e dá novo gás à temporada 2011 do automobilismo, teve início neste fim de semana (29/05) com os primeiros treinos coletivos, no Autódromo Internacional de Curitiba. A competição  é promovida em parceria com a Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA). Composto por oito etapas realizadas nas principais cidades do país,  as provas serão transmitidas em tevê aberta, pela RedeTV."

Evidentemente, não se trata de "modelos das montadoras nacionais", pois são veículos de mecânica única apenas com bolhas de plástico para dar a entender que são "marcas".

O que me dana é que poderia ser completamente diferente, um campeonato brasileiro de carros de turismo verdadeiro, que admitisse sedãs com motor de até 2 litros correndo sob regulamento internacional como o Grupo A da FIA, que é o adotado para o Campeonato Europeu de Carros de Turismo e por isso mesmo envolvendo - de verdade, não de mentirinha - as fábricas. Como ocorre hoje com a Fórmula Truck

Uma prova do Campeonato Europeu de Carros de Turismo
Repare na foto acima: são carros de produção de verdade, modificados segundo um regulamento internacional  de amplo conhecimento de todos . Compare esses carros com o "Honda" da foto de abertura, chegar a ser patético. Os caras estão de brincadeira, só pode ser.


Era 1976. Eu tinha a concessionária VW no Rio e corria na equipe oficial Ford, a Mercantil Finasa-Motorcraft, dirigida pelo saudoso Luiz Antônio Greco. O primo Billy Sharp comprou um Maverick para correr, em sociedade com um amigo comum, o Mauro de Sá Mota Filho, e o carro era assistido na pista pelo Greco e seu time de grandes mecânicos. Era um "agregado" à equipe. 

O Maverick V-8 era muito atraente e o primo gostou tanto do Maverick de corrida que acabou comprando um para uso pessoal. Comprou direto da Ford, da frota, cor marrom médio metálico (foto), que não era disponível e por isso o carro era único. Tratava-se de pintura  para o "show de cores", como era chamado na Ford o expediente para a escolha de cores.

Assim que retirou o carro no pátio da Ford, no Taboão, deixou o carro na Greco Competições, que era o QG da equipe, para pôr no motor o pacote Quadrijet, igual ao que se usou nas provas de Turismo  Divisão 1 nos dois anos anteriores. Trocou as rodas pelas Scorro, também de corrida, e mandou pôr amortecedores Koni. O carro era um verdadeiro canhão, até para os padrões de hoje, e feliizmente não tinha a "GT decor", aquele monte de faixas pretas que o primo não gosta e tampouco eu.

Dias depois o Greco avisou que o carro estava pronto e o Billy me chamou para irmos a São Paulo buscar o carro (morávamos no Rio). Pegamos um avião, chegamos, almoçamos e apanhamos o Maverick para viajar para casa. "Vai tocando você", disse o primo, e saímos.


 Alguns anos atrás coincidiu de na mesma semana eu guiar dois carros com a mesma relação peso-potência, só que um pesava quase o dobro do outro.

Foi assim:

Um dia guiei uma réplica de Cobra (muito boa, suspensão dianteira e traseira independentes, com triângulos sobrepostos, feita pelo Wagner, de Santana de Parnaíba, cidade vizinha a São Paulo). Esse Cobra pesava 1.050 kg e seu motor Ford 302, preparado, rendia ao redor de 380 cv. Isso dá uma relação entre o peso e a potência de 2,76 kg/cv, ou seja, cada cv empurrava 2,76 kg.

Logo em seguida guiei um Mustang 1994 preparado pelo Ricardo Malanga, da Brabus, com motor V-8 biturbo que estava acertado para render 700 cv. Isso porque não estávamos em um local muito próprio, porque se estivéssemos bastaria ao Malanga mexer lá no laptop dele ao meu lado, aumentando a pressão dos turbos, que o V-8 renderia até 1.500 cv. Acontece que o Mustang era blindado e pesava 1.900 kg, então, pesando isso e com 700 cv pra trabalhar, a relação peso:potência dava 2,71 kg/cv, praticamente a mesma do Cobra.

Foto: motoig.com


O leitor pode ter estranhado o título deste post, mas a foto imediatamente esclarece. É apenas a famosa expressão punta-tacco passada do italiano para o português. Curioso é em inglês a ordem ser invertida, heel and toe, como também a nossa conhecida caixa de direção de pinhão e cremalheira, que na língua de Shakespeare é rack and pinion.

Além de ser assunto que merecesse um post, vários leitores têm pedido para falar a respeito, como o Henrique bem recentemente, em comentário no post sobre fading anteontem.

Eu soube do punta-tacco ainda adolescente, ao ler o famoso livro de Piero Taruffi, "Pratica e Tecnica della Guida Automobilistica da Corsa", de 1958. Imediatamente assimilei a técnica, que é simples porém requer entendimento de por que pode e deve ser usada.


O AE não poderia deixar de registrar a passagem de mais um Dia Mundial do Fusca, pelo que o carro representou para quase vinte dois milhões pessoas em todo o mundo entre 1945 e 2003..

Esse dia, comemorado pela 16a. vez, foi criado em 1995 por sugestão do maior conhecedor de Fusca do Brasil, Alexander Gromow, quando ainda presidia o Fusca Clube do Brasil. A data de criação foi 24 de junho daquele ano, num megaencontro de Fusca em Bad Camberg, Alemanha, não muito longe de Frankfurt.

A data escolhida é significativa. Foi o dia em que,  no ano de 1934, Konstruktionbüro de Ferdinand Porsche assinou o contrato com a RDA, a Associação Alemã de Fabricanetes de Automóveis (como a nossa Anfavea) para o desenvolvimento e construção de três protótipos do sonhado carro do povo.

Curiosamente, e como já contei neste AE, o carro popular que Ferdinand Porsche criaria, como total apoio financeiro do governo alemão da época, não tinha nome. "Volkswagen" é apenas a expressão, em alemão, para carro do povo. Outras fabricantes, como a Standard e a Opel, também tinham o seu "carro do povo", ou Volkswagen. Só depois da guerra, sob administração das forças de ocupação inglesas  na dividida Alemanha, é que a expressão virou marca e nome da fabricante como conhecemos hoje.

Parabéns ao Fusca e a todos aqueles que um dia tiveram um ou ainda têm.

BS

Nota aos leitores: Em razão do feriado de Corpus Christi e do fim de semana com a sexta-feira no meio, o AUTOentusiastas diminuirá o ritmo de postagens para uma única às 13 horas, voltando à periodicidade normal na próxima segunda-feira 27/6.


Speed Masters
Sábado   25 de junho, 17h00
Domingo 26 de junho, 10h30

Que programa é esse? Leia a história.

Faz quase um ano que o Arnaldo Keller e eu resolvemos tocar para frente um antigo projeto, um programa de tevê focando - é claro - automóvel, mas carros esporte e grã-turismo, antigos e atuais. Pensamos em mil maneiras de formatá-lo, qual seria a fórmula adequada, algo que ao mesmo tempo fosse técnico e fugisse do lugar-comum. Decidimos que apresentaríamos juntos um mesmo carro, dirigindo-o, emitindo cada um sua opinião, ou então, quando fosse o caso, faríamos um comparativo, os dois dirigindo os dois carros, comentando, analisando, falando das diferenças.

Tomada a decisão, três passos teriam que ser dados. O primeiro, gravar um programa-piloto que nos possibilitasse vender o programa. Não se pode procurar interessados sem ter à mão o produto para mostrar. O segundo passo, quem faria as gravações, mas com qualidade-topo, profissional. E terceiro, mas não menos importante, os meios para produzir o programa-piloto, que não é barato.

Para gravar, o Arnaldo conseguiu, junto ao círculo dele, uma pessoa competente, experiente e criativa, o Renato Castanho, titular da produtora Expedição Filmes, de São Paulo. Pudemos ver  o trabalho do Renato e constatar a excelência. Coisa do nível de National Geographic. Mas isso tinha um custo, e bem alto. 
Foto: bmwtuningmag.com

O verbo to fade em inglês signfica desvanecer, sumir lentamente, e o substantivo fading representa desvanecimento, sumiço lento, esmaecimento. Ambos, verbo e substantivo, não têm correspondente exato português quando se trata de descrever a perda de eficiência, parcial ou total, do freios por efeito de superaquecimento.

Quando o freio é aplicado a energia cinética, ou de movimento, se transforma em calor, aquecendo o disco ou o tambor, e esse calor se irradia para os componentes do sistema, ou seja, o material de atrito - pastilhas ou lonas, respectivamente - e cilindros de freio, que são as pinças ou cilindros de roda (freio a disco ou freio a tambor).

O calor produz dois efeitos. Na parte hidráulica, eleva a temperatura do fluido; no material de atrito, diminui-lhe o coeficiente de atrito. A redução de atrito é que vai ocasionar o fading.



Estamos passando umas férias na fazenda em que vivi e trabalhei por 25 anos. Só há uns seis anos é que voltei a morar na megalópole atrapalhada paulistana.

Como é bom aqui na roça!

E aí, circulando um dia pela querida e tranquila Pirassununga, meus olhos grudaram numa bela Belina. Era das últimas que foram fabricadas, daquelas que vinham com o motor AP1800 da VW. Essa deve ser de 1989, 90 ou 91, porque foi só nesses anos que ela veio com esse motor da VW. Foi o começo da Autolatina, união temporária da Ford e VW brasileiras. Essa perua tinha os dois bons mundos da época: o bom motor e câmbio da VW e o bom conforto e acabamento da Ford.
A voz de Émerson Fittipaldi na versão dublada


A sequência de “Carros”, “Carros 2”, estreia nesta quinta-feira (24.6) em todo o Brasil. O primeiro, de 2006, tornou-se um must para todo entusiasta de automóveis e corridas, apesar de ser um desenho animado. É muito mais para adulto do que para crianças, embora estas o curtam muito também.

“Carros 2” é dirigido por John Lasseter, que dirigiu “Carros” e também “Toy Story, Vida de Inseto” e “Toy Story 2”. Além de diretor, ele também é chefe de criação do Pixar Animation Studios e Walt Disney Animation Studios, o principal consultor criativo da Walt Disney Imagineering.

Como no primeiro desenho da série, a autenticidade é garantida. Por exemplo, os boxes são baseados nos do Autódromo do Bahrain. Os carros de corrida são de enorme variedade e as pistas mostradas apresentam elementos técnicos que interagem com as diferentes características de cada tipo de carro, criando assim um campo equilibrado.
Carburador duplo de Passat TS

Na velha linha de um assunto puxar outro, todos que já mexeram ou mexem com carburador enfrentaram problemas, uns mais, outros menos graves. Mas o fato é que durante uma grande parte da história do automóvel ele imperou absoluto e aprendemos a conviver - bem - com ele.

Quando o Passat TS surgiu em 1976, com carburador duplo, impressionou pela fome de andar. Na época era empolgante acelerá-lo. Eu era concessionário Volkswagen e, como fizera no lançamento do Passat dois anos antes, coloquei um TS para ser experimentado pelo clientes.- mas nada de "Venha fazer um test-drive", bem entendido...
Foto: Duda Bairros


Estou estarrecido. Começa hoje começa a Copa Petrobras de Marcas. Basta uma olhada no regulamento para ver claramente que órgão dirigente máximo do automobilismo no país, a Confederação Brasileira de Automobilismo, perdeu o pouco que tinha de vergonha na cara. Não satisfeita com a Stock Car de mentira, na qual as "marcas" são meras bolhas de plástico que vestem mecânicas absolutamente iguais, agora repete a dose com a Copa Petrobras de Marcas. Pensa que o carro da foto é um Astra? Enganou-se, caro leitor.

Tudo é padronizado, ou seja, igual, de chassi a carroceria, de motor - argentino! - a discos e pastilhas de freio. Até o conjunto câmbio-diferencial vem de fora.




Carburador é uma coisa seriamente ultrapassada, um anacronismo em extinção. Tenho que confessar já de cara que os abandonei completamente, e até quando penso em comprar motos, onde carburadores ainda são comuns, já descarto de cara as carburadas. A injeção eletrônica é algo tão bom que não há como não idolatrá-la, principalmente se você, como eu, passou a adolescência e boa parte da vida adulta em meio a épicas batalhas com aquelas traquitanas cheias de furos, válvulas, canetas, dutos, tubos, mangueiras, gasolina, borboletas, boias, alavancas, molas e outros mil componentes estranhos que nem consigo nomear, e perdeu todas elas. Um carburador não é ajustado nunca à perfeição; apenas o ajustador se cansa e aprende a conviver com ele assim mesmo, no melhor que pode fazer. É o pesadelo do perfeccionista.

Essas camicletas incrivelmente complexas e ineficientes atendiam por uma série de nomes estapafúrdios que deslizavam pela ponta de nossas línguas feito evangelho da boca do padre: Brosol 2E, 3E, Solex 40, TLDZ miniprogressivo, Weber 34, Motorcraft bijet, Stromberg-SU de Dojinho.... sem falar naquele que é o nêmeses dos donos de Dodge e Opala 250-S, o temível dispositivo evaporador de gasolina que atende pelo nome de DFV 446. O DFV era famoso por uma série de piadas, como aquela que dizia que jogava mais gasolina para fora do que para dentro do motor. Meu primeiro carro era um Opala 1980 com um 250-S, em que o DFV teimava em travar a bóia da cuba a cada buraco ou irregularidade mais forte, me obrigando a abrir o capô, tirar o panelão do filtro, e destravar a jaca com um martelinho. Não era o fim do mundo, mas extremamente desagradável se você ia a um casamento e estava de fraque, e com uma arrependida namorada, que certamente naquele momento imaginava o porquê de ter escolhido aquele idiota anacrônico e carburado em detrimento ao Mauricinho e seu reluzente e injetado Gol GTI. Outro dia recebi a foto abaixo, apenas com o título: "Os Portões do Inferno". Rolei de rir...



Mas ainda assim, apesar de hoje particularmente preferir me manter a uma distância segura deles, carburadores tem algo de especial. Alguns deles são positivamente afrodisíacos automotivos, coisas tão legais que não podemos deixar de admirar. Principalmente quando funcionam direitinho... Sempre que vejo um motor alimentado por carburador com marcha lenta estável, baixa e suave, e um funcionamento sem buracos ou engasgos em todas as rotações, não consigo deixar de admirar o dono da jaca. Ou acordar do sonho.

Sendo assim, e não sem ajuda de amigos, preparei a listinha embaixo, dos 10 mais legais carburadores já criados. Na verdade, em alguns casos, nomeei um esquema de carburadores em certo motor, porque, sabe-se lá porque, alguns carburadores são irrelevantes sozinhos, mas ficam sensacionais em grupos de dois, três ou quatro, alimentando um particular motor.
Foto: comunidadetuning.com.br

Vou falar de São Paulo, mas vale para qualquer cidade brasileira:.

Não sei se vocês percebem, mas tem dias que o trânsito fica enfurecido, como se as pessoas de repente ficassem loucas. Pois foi o que notei nesta quinta e sexta.. O que presenciei de trapalhadas, barbeirangens, atitudes erradas, umas com dolo outras não, por parte de carros particulares, táxis, coletivos, não foi fácil. Seria falta de civilidade, educação, habilidade? Ou os três fatores combinados?

Teve de tudo. Pessoas que saem de uma faixa em cima de você, como se você não estivesse ali. Ou para arrancar de um sinal levar um tempo considerável estando sentado normalmente olhando para frente e nada que indique estar fazendo outra coisa ao volante. Ou então colar atrás havendo a faixa da esquerda para ultrapassar. No eixo norte-sul uma mulher num Peugeot 206 estava, se muito, a 40 km/h, todo mundo desviando, tráfego acumulando atrás. E não falava ao telefone.

fotos: fotolog.com; Flickr/Onildo Lima; sobremotos.solupress.com

Esta placa deveria ser obrigatória por lei federal

Há poucos dias o Bob Sharp escreveu um post muito interessante, sobre coisas que irritam em carros e em tudo que gira ao redor de nossas queridas máquinas.

Os leitores comentaram bastante, e mostraram vários outros pontos de desagrado.

Um ponto engraçado foi a foto usada pelo Bob, com a famigerada sacolinha. Também não me agrada a sacolinha na alavanca de câmbio, que imediatamente  removo e jogo fora assim que desço de um carro com essa bobagem.

Eu, como uma pessoa nunca conformada com situações desagradáveis, me lembro de mais algumas poucas e boas, e comento as situações de risco, que são as que realmente incomodam, pois podem machucar.
FOTO: Reprodução internet/Globo News



Semana passada todo mundo viu o acidente do ônibus que caiu do viaduto em cima da linha férrea e foi atingido pelo trem, felizmente sem vítimas fatais. Em um dos noticiários a que assisti, a apresentadora mostrava o piso de paralelepípedos do viaduto molhado e levantava a hipótese dele ter sido o causador do acidente.

Coitado do piso, estava quietinho lá no lugar dele, tomando chuva, e ainda leva a culpa? Ah, o piso estava escorregadio demais. Sim, paralelepípedo molhado é escorregadio demais. Em qualquer lugar, com qualquer veículo. O que faltou foi preparo da motorista, que deveria ter redobrado os cuidados ao trafegar em cima de um viaduto de mão-dupla e com piso de baixo atrito. Mas será que ela sabe o que é atrito ?
Fotos: autor



A propaganda, dizem, é a alma do negócio, e muito se comenta mundo afora sobre a excelência das autobahnen, as autoestradas alemãs, onde a velocidade é livre, o asfalto impecável, a assistência é imediata e tudo o mais.

Daí que naturalmente elas se tornaram o sonho dos autoentusiastas. Estradas onde se pode pegar um super-esportivo e meter a lenha até cansar. Muitos já foram pra Alemanha exclusivamente pra isso; o turismo dos arredores sendo puramente secundário. Vão, alugam um Porsche, ou Ferrari, ou Lamborghini etc, e saem despinguelando. Normal, uma viagem tipo Disneylândia pra autoentusiasta que pode.

Mas pra mim, não.

Texto de Hans Jartoft, da Suécia
Fotos: Hans Jartoft e Roger Lundsten - BLR-fotograferna ab

Um Volvo P1800 em primeiro plano
Atualizado às 20h40min com mais fotos.

Hora do almoço, dia de semana. Um aviso dentro da empresa onde trabalho agora, a Volvo Cars em Torslanda, Suécia,  dizia que seriam bem-vindos carros de autoentusiastas no estacionamento da área de desenvolvimento.

Almocei rápido e corri para lá com minha câmera. Sem tempo para conversar muito, ainda consegui falar com algumas pessoas.

Tempo não muito bom para isso, estava garoando e um pouco de frio, mas haviam bonitos carros para se apreciar.
Foto: autor

Quando andei no JAC J3 notei que o ABS de oitava geração aplicado ao modelo apresentava boa calibração, tendo funcionamento quase imperceptível. Mas na recente visita ao Centro de Testes da Bosch, em Boxberg, ocasião em que pude experimentar o Tata Nano, me deparei com este C4 2010, entre os vários carros à disposição para se andar e experimentar as úlltimas tecnologias da empresa, com esse adesivo na porta: ABS 9, nona geração.

Ligado que sou à questão do ABS, que os leitores do AE sabem eu ter reservas quanto à sua eficácia quando se trafega sobre asfalto ondulado, me apressei em dirigi-lo.
TINTIN, UM AUTOENTUSIASTA

Sou maluco pelas histórias em quadrinhos do Tintin. Desde criança que as devoro, me absorvendo em suas aventuras. As reli inúmeras vezes, e o legal é que em cada fase da vida elas têm um sabor diferente. Bons livros também são assim: merecem ser relidos após alguns anos, talvez dez anos, pois nos tocarão diferentemente a cada vez. Bons carros também merecem ser guiados novamente, pois o acúmulo de experiência nos capacita a captar nuances que antes passaram despercebidas.

Agora, se desde a primeira vez você não gostou do livro, do carro, ou o que seja, desencane, porque pode ser bom pros outros, mas não é bom pra você, e boa.


Acho genial o tema do Tintin: um rapaz jornalista/detetive e seu inseparável cão se metem em aventuras ao redor do mundo. Nada mais atraente para a molecada, principalmente para os meninos, tipo coisa de homem. Meu irmão e eu éramos doidos pelo Tintin, enquanto que minha irmã nem dava bola. Também notei isso em minhas filhas: elas nunca ligaram muito pro Tintin.



Há uma série de confusões históricas comuns quando se fala do Chrysler Hemi, principalmente aqui no Brasil. A primeira diz respeito a Zora Arkus-Duntov e sua conversão do Ford flathead V8 em um Hemi, que levava o nome de sua empresa Ardun. Segundo a lenda corrente, o Chyrsler seria uma cópia do Ardun. Depois, quase como uma consequência disso, há confusão sobre a relação entre este cabeçote de Zora e o nosso Simca Emi-Sul, que segundo a mesma lenda é também derivado dele.

A intenção deste post é tão somente esclarecer estas histórias todas, pelo menos até o ponto em que se sabe hoje. Infelizmente, aqui no Brasil se dá muito pouca importância aos fatos e a análise histórica, principalmente quando se fala de carros, um campo nebuloso e cheio de "especialistas". Já vi muita coisa estranha publicada inclusive em livros por aqui. Para os que se interessarem, indico algumas publicações confiáveis ao fim do post, para que quem assim o desejar, puder se aprofundar um pouco mais no assunto.

Para começar, se faz necessário resumir aqui a história do cabeçote Ardun, e de quebra matar uma confusão que aparece regularmente não só aqui no Brasil, mas mundo afora. Esta confusão diz respeito à nacionalidade de Zora Arkus-Duntov.

Fotos: Goodyear



A Goodyear tem um programa que merece todo aplauso: da sociedade em geral e do AE em particular: cuidar da saúde dos motoristas de caminhão Brasil afora. Trata-se do ptograma "Caminhoneiro Nota 10" e  que há pouco terminou uma etapa, que abrange a região Nordeste. Para se ter uma ideia da importância da iniciativa, entre os motoristas avaliados 8% nunca passaram por consulta médica, 25% apresentam distúrbios visuais e 11% alegam a utilização de medicação para não dormir, o conhecido “rebite”.

A operação se deu entre 3 e 27 de maio e os caminhoneiros que passaram pela região puderam ser submetidos a consultas médicas e avaliações oftalmológicas. Para isso foi utilizada uma carreta convertida em consultório médico, com instalações e equipe médica que oferece gratuitamente serviços como atendimento clínico com serviços de enfermagem, verificação de pressão arterial, exames de glicemia e cálculo de Índice de Massa Corporal (IMC). 

Uma verificação médica básica é imprescindivel para a segurança do próprio motorista e de todos

Foto: autor

Pequei mais uma vez, veio-me a inveja dos alemães durante a viagem à terra de Goethe semana passada. A rua da foto é a Lothar-Daiker, onde fica o Best Western Premier Parkhotel, em Bad Mergentheim, uma pequena cidade de 17.000 habitantes entre Frankfurt e Stuttgart. Foi tirada da entrada do hotel para mostrar o contraste com a nossa querida terra brasilis, onde, com 100% de certeza, nas proximidades haveria uma lombada. Foi nesse momento que cometi o Terceiro Pecado Capital.

Que o leitor me perdõe, mas não tenho como evitar voltar ao tema trânsito brasileiro. Não que eu seja apenas revoltado de graça, por estilo, mas por ver como  o trânsito aqui deteriorou em vez de melhorar, o que seria normal esperar. Minha idade, a caminho dos 69 anos, me permite traçar comparações, já que me tornei motorista oficialmente em 1960.

Na pequena Bad Mergentheim há diversas ruas com a placa "30 km/h zone" e o tráfego nelas anda a 30 km/h e pronto.  Em outras, 50 km/h, como na chegada à cidade. Vêm-se pela pequena e estreita estrada municipal a 80 km/h e diminui-se, simples. Nada de lombada. 

Audi R18. Este é o nome do carro vencedor da 24 Horas de Le Mans de 2011, iniciada neste sábado às 15 horas locais, dando sequência a vitória do ano passado para os carros da marca alemã em uma dura disputa com o franceses do time da Peugeot e seus 908.

Com uma apertada última volta, o R18 a diesel número 2 superou o rival francês por meros 14 segundos, que é uma distância insignificante após 24 horas de corrida. Não parecia ser um trabalho nada fácil para a equipe Audi, dos seus três carros, dois ficaram pelo caminho em acidentes espetaculares, livrando o caminho para os 908 também a diesel.

O Audi R18 vencedor no Parque da Vitória em Le Mans
 O primeiro carro não diesel foi o Lola Rebellion com motor Toyota, ficando em 6° lugar. Os dois Aston Martin AMR-One não conseguiram terminar a prova, abandonando logo nas primeiras horas.

Na categoria GT, o poderoso Corvette superou todos seus rivais, conseguindo recuperar até uma volta que estava atrás para vencer na categoria e terminar em 11° na classificação geral.


Mais detalhes desta edição das 24 Horas em breve.

MB
Desenho do sistema de controle de ar de admissão. Note as duas mangueiras, uma vindo do coletor de admissão, outra levando à câmara de vácuo no bocal do filtro de ar

Praticamente todos os veículos que chegam ao mercado precisam passar por uma bateria de testes, que definirão a quantidade de itens a serem modificados para que um determinado modelo funcione adequadamente às condições do país em que vai rodar. Mas em certos casos estas condições são tão favoráveis que algumas peças chegam a ser dispensadas: é o caso da válvula Thermac, nome criado pela associação das palavras thermo e pneumatic.

Desenvolvido na Europa, servia para otimizar automaticamente a temperatura do ar admitido pelo motor, sendo muito útil em países de clima frio ou temperado, que sofrem grandes variações de temperatura entre o inverno e o verão.



Minha primeira experiência com um limpador de para-brisas automático foi um pouco traumática. Estávamos em Chicago, eu acompanhava um grupo de profissionais de importante cliente, percorrêramos várias cidades americanas visitando potenciais fornecedores a um projeto que viria aportar aqui alguns meses mais tarde, num pinga a pinga de avião cansativo, e o inverno de 2005 era apontado como um dos mais rigorosos dos últimos 20 anos.

A missão, visitar o último fornecedor da lista em St. Louis, viagem de cerca de quase 500 km, pouco mais que Rio de Janeiro-São Paulo, porém, decidíramos fazer o trajeto de carro porque a nevasca anunciada para aquele final de semana fecharia vários aeroportos, senão todos da região. Cuidei de alugar um automóvel que nos provesse segurança para trafegar na neve, um Volvo XC 70, novo em folha, 4x4. Alguns dias me familiarizando com ele e me dava como pronto.

Fotos: Bosch/demais: autor


Em Boxberg, não muito longe de Stuttgart, fica o Centro de Testes da Bosch, inaugurado em 1998. O AE esteve lá esta semana para, durante dois dias, conhecer tudo o que a Robert Bosch GmbH, empresa que já tem um século e um quarto de existência, está desenvolvendo para tornar os veículos automotores mais seguros e frugais em consumo de combustível e, consequentemtente, em emissões de dióxido de carbono.

Viu-se muita coisa, desde alerta de sonolência (como usado no novo Passat e Passat Variant) a sistemas e alimentação por GNV e gasolina num motor VW 1,8-litro com turbocompressor da Mahle (primeira joint venture da Bosch com fabricante de turbos, formada em 2008), passando por um sistema de liga/desliga (start/stop) na desaceleração natural (coasting) em que o motor desliga quando a velocidade é de 120 km/h para baixo. Claro, falaremos bastante sobre isso tudo aqui.
Fotos: autor
As mangueiras são, da esquerda para  direita, Super Plus, Super E10, Super e Diesel

No começo do ano começou a ser vendida na Alemanha a gasolina Super com etanol. Esta agora pode ser tanto E5 (5% de etanol) quanto Super E10 (10%, como pode ser visto na segunda mangueira da esquerda para a direita na foto, clique nela para aumentar e ver melhor). 

Deu confusão, pois motoristas ficaram desconfiados de o etanol, mesmo a este baixo porcentual, - 10% no segundo caso - ocasionar danos ao motor, notadamente válvulas e suas sedes. Medo infundado, pois há quase duas décadas a gasolina de alguns estados americanos, como a Califórnia, é exatamente essa, a E10.

O uso da mistura com até 10%, inclusive, é autorizada nos manuais dos carros vendidos nos EUA. Sabe-se há tempo que as partes do sistema de alimentação em contato com o etanol, entre peças metálicas e vedações, aguentam o etanol adicionado sem nenhum problema. Mas os alemães não foram nessa e estabeleceu-se a polêmica, que acabou levando ao pouco uso da Super E10. Outra alegação é um aumento do consumo, ainda que bem pequeno. Já para a E5 não houve tanta resistência.


Depois de cinco anos, a Audi consegue a pole para a mais tradicional prova de longa duração do mundo, as 24 Horas de Le Mans, desbancando a série de conquistas dos franceses da Peugeot. O novo R18 alemão mostrou-se consistente nos treinos, sempre brigando de igual para igual com o rival 908, ambos movidos a motores diesel, estes ainda disparados os mais rápidos do grid.

Desta vez a pole foi para o carro número 2 de Bénoit Tréluyer, Marcel Fässler e André Lotterer, e o segundo lugar ficou com outro R18, o de numeral 1 dos vencedores do ano passado (Romain Dumas, Timo Bernhard e Mike Rockenfeller). Em terceiro e quarto lugares, dois Peugeot 908, depois outro R18, este de Tom Kristensen, e em sexto outro Peugeot.

Pela categoria GT, o BMW M3 de Augusto Farfus, Jörg Müller e Dirk Werner ficaram em primeiro (29° na geral), seguido pelo Ferrari 458 em uma boa disputa.

Mais detalhes sobre a corrida ao longo do fim de semana. A largada será neste sábado, tradicionalmente às 15h no horário local (10h horário de Brasília).


MB


Fotos: Chrysler





Ao fim da Segunda Guerra Mundial, a Chrysler Corporation, como suas conterrâneas, voltou a produzir os mesmos carros e motores que parara de fazer em 1942 para se concentrar em material bélico. Por sua vez, a maioria desses carros de 1942 tinha seus motores originados nos anos 30, uma época que, vista depois do salto tecnológico da segunda guerra, parecia um tempo muito distante. Mas obviamente nenhum dos fabricantes americanos estava parado.

Em 1949, a GM dava o primeiro passo evolutivo: seus novos V-8 Cadillac e Oldsmobile selavam a configuração básica do V-8 americano, com válvulas no cabeçote acionadas por varetas e balancins a partir de um comando central no bloco, câmara de combustão de seção triangular (wedge) e taxa de compressão alta para aproveitar os avanços em combustíveis.

A Chrysler, porém, iria mais além. Estava então imersa em intensa pesquisa sobre eficiência de motores para determinar de forma conclusiva qual seria o seu motor do futuro. Trouxe da Europa uma série de motores das mais variadas configurações, de um Alfa Romeo DOHC e um Riley com dois comandos no bloco (ambos com câmara hemisférica) até Fiat OHC e Rolls-Royce com válvulas em “F”, com a finalidade de testar e descobrir a melhor configuração.
Em 2007 compramos uma Fiorino Fire Flex 0-km para usar em uma de nossas lojas, transportando carga leve, para substituir a Strada 2001 que já dava algum sinal de cansaço. Conseguimos achar uma com ar-condicionado, depois de procurar muito, pois ninguém tinha e não estávamos muito a fim de esperar por uma encomendada.

Já guiei um bocado o carro, é um Uno mais comprido, com uma traseira mais desajeitada. O motorzinho 1,25-litro não é lá muito forte, mas dá conta do recado. Funciona suave e consome pouco, é até ágil no trânsito da cidade.


E-Type -- por todos os tempos…

Quando as pessoas falam de carros, é comum iniciar uma discussão para falar dos carros mais feios ou mais bonitos na história de automóvel. Os feios são fáceis de identificar. Parece que todos concordam no Aztek (para mim, o irmão gêmeo do Buick, o Rendevous, é tão feio quanto o Aztek…). E qualquer carro da Ssangyong, especialmente o Rodius. Citroën Ami-6? Como não!. Os atuais Maybach 57 e 62? Discutível, mas possivel. 

Não podemos esquecer do Suzuki X-90. Mustang II de 1974? Um verdadeiro horror, considerando a beleza dos modelos anteriores. E como sempre os ingleses, como a Austin A35, o Daimler SP-250, e o meu favorito de todos os tempos, o Lea-Francis Lynx. Esse aí é tão ruim que a fábrica só fez três unidades (um numa cor de orquídea com frisos em banho de ouro!), e após um esforço apaixonado e enorme não conseguiu vender nenhum. É fácil ver por quê.

Lea-Francis Lynx de 60 – três produzidos, zero vendidos


Chuck (esq} e Dave com o volante
Há por aqui um senhor, já de idade, que se chama Chuck. Ele serviu durante a Segunda Guerra Mundial como piloto de PBY Catalina na campanha do Pacifico. Quando digo “de idade”, quero dizer que ele está por volta dos 90. A mulher dele já morreu muitos anos atrás, os filhos provavelmente tem entre 60 e 70, os netos já com uns 40 e tantos, os bisnetos já se formando etc.

Bem, além de ser homem de família, ele é também entusiasta de carros, com uma seleção na garagem de casa grande e requintada. Especialmente de carros Maserati. Se me lembro certo, tem um Ghibli, um Bora, um ou dois Merak, um Spider Zagato biturbo, um 4200GT cupê 2002, um Osca spyder. E vários Jaguares XJS e XJ8, um Cadillac XLR relativamente novo, um Lamborghini Espada Serie 1.5 lindo prata com interior original em azul e um Packard 1932. Ah, quase esqueci o 308 GTB. E o SM. Ou será que são dois? E os vários motores de SM no chão da garagem. E um Cord 812, ou talvez dois. E que mais? Esqueci alguma coisa? Sei que são 16 carros completos. Ou será que são 18? 20? No mínimo, dar para ver que ele é colecionador de categoria. Quer dizer, um autoentusiasta!

Fotos: autor

Não é de hoje que o Alfa Romeo 145 me atrai. Na verdade, fiquei gamado em todos os Alfa Romeo desde a primeira vez que escutei um roncando, e isso faz tempo. Basta o ronco encorpado, gorgolejante e invocado, que todo Alfa tem, para sentirmos que aquilo é coisa boa. O ronco fala muito de um carro, de qualquer carro, e o dos Alfa nos fala diretamente ao coração – tem paixão ali, a gente sente.

E foi num passeio domingueiro a pé que minha filha do meio viu um Alfa 145 estacionado e com um papelete anunciando sua venda. Vermelho, Quadrifoglio – o Quadrifoglio tem motor 2,0-litros. No Brasil foram vendidos também os com motor de 1,8-litro, que também anda bem, mas nem tanto. E ela, sendo arquiteta e ligada em design, travou: “Pai! Olha só um carro pra eu trocar o meu Escortão véio!”
Pra quem é que ela foi falar...