Na faxina de final de ano encontrei uma folha de papel, um rascunho, que escrevi em 2002 para um debate em que participei sobre o automóvel do futuro. Juntei algumas ideias sobre tudo que havia lido até então e também algumas opiniões minhas. Acho realmente que vai ocorrer a "eletrodomesticalização" do automóvel.
Nesse primeiro pouco mais de um século de existência, o automóvel ajudou o homem a desbravar o mundo e a aumentar o senso de liberdade do ser humano. Também teve um grande papel sócio-econômico, representando o bem de maior valor depois da casa própria, além de ser o cartão de visitas do sucesso do proprietário.
O mundo já está desbravado e podemos visitar qualquer parte dele através da internet. É claro que nada substitui o sensação de estar no local. Mas internet e outras tecnologias (home theaters de última geração com imagens e som mais bacanas que a própria realidade) nos tiram a pré-disposição para a aventura.
A sensação de liberdade está se tornando o oposto. Basta ver o movimento nas estradas neste final de ano. Já estive no Japão e lá ninguém depende do automóvel. Os carros são comprados por catálogos de acordo com a necessidade do comprador. Ou seja, se o cara vive só com a esposa, não precisa de um SUV (utilitário esporte) e compra um carro pequeno, bem simples. Pode ser que ainda não seja completamente assim, mas o caminho é este.
Aos pontos que levantei no anexo acrescentei verbalmente algo sobre os entusiastas, que adoram o prazer de dirigir, motores V8 e cheiro de gasolina: só poderemos nos satisfazer através de simuladores (games).
Pode ser que tudo isso não aconteça, mas com certeza as coisas vão mudar.
ainda bem que não estarei aqui! podem ter certeza que vai começar no japão.terra do sem-sal nascente.
ResponderExcluirTambém acho que não estarei aqui em 2100, mas do jeito que esta suposta evolução anda, deixaremos de dirigir o automõvel conforme conhecemos, e amamos, muito antes disso. A tecnologia, da mesma forma que nos proporcionou excelentes avanços tal qual a injeção eletronica, muito provavelmente nos "castrará" bem antes de 2100. Como? imaginem: um acelerador eletronico (ecah!) que só abre até o carro atingir o limite da via, a obrigatoriedade de controle de estabilidade, não nos permitindo umas "escorregadinhas", e por aí vai. E aí quando esse (infeliz) dia chegar, o nosso querido carro virará um excentricidade, tal como o motor 2 tempos está virando. Aliás, me bate um saudosismo quando escuto e sinto o cheiro de um 2t... Abraço a todos e um feliz 2009!
ResponderExcluirNão tem problema, em 2100 eu terei 114 anos e, provavelmente, não me deixariam dirigir mesmo.. Mas se esse Apocalipse automotivo chegar antes será complicado.
ResponderExcluirOba, até lá já morri. Estarei em outro lugar acelerando outros carros junto com outros caras legais bem longe de toda essa miséria apocaliptica. Mas uma parte rebelde de minha mente me diz que essa previsão pode furar e alguém ou alguéns se rebelem contra isso e mudem essa miséria toda.
ResponderExcluir...quando eu partir, me enterrem com meu Dart...
ResponderExcluirImaginem o que essa "eletrodomesticalização" dos automóveis causa em um Neanderthal sobre rodas como eu, que sequer gosta de transmissões automáticas ou até mesmo as automatizadas...
ResponderExcluirQuando a Mercedes-Benz apresentou, anos atrás, aquele horrível carro-conceito com um joystick no lugar do volante, quase tive um surto-psicótico!!!
Se houver uma rebelião contra o carro-eletrodoméstico, com certeza estarei no meio do bolo (mas espero não estar vivo para ver tamanha aberração com os automóveis...)
Os comunistas tentam abarcar também os automóveis. Outra vez.
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