google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 FIAT 500 - AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

FIAT 500

Quatro dos AUTOentusiastas andaram no novo Fiat 500. O post ficou muito longo, mas traz abordagens diferentes sobre um mesmo carro com conclusões muito parecidas. E fotos do PK.

O Bob Sharp fez uma análise mais completa e aprovou o 500. O Carlos Zilveti sorriu e despertou vários sorrisos por onde passava. O Paulo Keller fez um novo amigo. E o Felipe Bitu encontrou na emoção a razão para ter um 500.

Brinquedinho!


BRINQUEDO DE GENTE GRANDE QUE SERVE PARA TUDO
Bob Sharp

O VW New Beetle é interessante, mas falta-lhe alguma coisa, fora o fato da estranha e abissal distância entre cabeça dos ocupantes dos bancos dianteiros e para-brisa e quem vai atrás ficar com a cabeça a descoberto do sol. O Mini de longe lembra o original de 1959, mas ficou meio rebuscado, em minha opinião. Exageraram na dose, embora tenha o mérito de ter mantido o motor dianteiro, como o primeiro.

Já o Fiat 500 foi tiro na mosca, cumpriu a missão. Manteve todo o jeito da nuova 500 de 1957. Era nuova porque houve o primeiro 500, de 1936, que voltou a ser fabricado após a Segunda Guerra Mundial, ficando em produção até 1955. Este tinha motor dianteiro, de modo que pelo menos nisso o atual 500 não ficou tão distante do original quanto o New Beetle. A boca de entrada de ar é pequena e revela bom estudo da refrigeração.

A nuova 500 dos anos 50 tinha motor traseiro bicilíndrico refrigerado a ar de 479 cm³ e 13 cv, mas acabou recebendo mais tarde um 4-em-linha de 594 cm³ e 23 cv. Foi produzido até 1975.

Comum aos três retrôs é o fato de agora serem hatchbacks, o que não eram originalmente. O 500 em que andamos, também chamado de cinquecento (número 500 em italiano) pela Fiat brasileira, foi criado pelo Centro de Estilo da Fiat e apareceu pela primeira vez no Salão de Genebra de 2004 como o conceito chamado Trepiuno, para ser finalmente lançado na cidade-sede da Fiat, Turim, em 4 de julho de 2007.

Nuova 500 e Novo 500 Pequeno, mas grande (foto: Dave 7 - Flickr)

“Trepiuno” é acrônimo de “tre piu uno” (três mais um), em que há espaço para o banco dianteiro direito avançar bem e ser possível acomodar um adulto no banco traseiro lado direito. Assim, em vez de 2+2, 3+1...

O 500 é produzido exclusivamente na filial polonesa da Fiat em Tychy, vizinha a Cracóvia (segunda maior cidade do país), uma moderna e grande fábrica (do mesmo porte da de Betim). Curiosamente, o novo Ford Ka também é produzido lá, na mesma linha, compartilham a plataforma.

A Fiat resolveu importá-lo mais por ser um modelo mais marcante do que qualquer outra coisa, já que sai relativamente caro por aqui. Praticamente um nicho de mercado: ele e seus concorrentes diretos não ultrapassam 200 unidades mensais vendidas, sem contar que o New Beetle já teve sua morte anunciada depois de 11 anos de produção e mais de 1 milhão de unidades vendidas.

São basicamente duas versões do 500, a Sport e a Lounge, por R$ 63.860 e R$ 65.920, respectivamente. Podem vir com câmbio robotizado Dualogic de cinco marchas (seis, nas versões manuais) por mais R$ 4.120. Para comparação, o New Beetle mais barato, 2-litros, custa R$ 59.109 (feito no México, não paga imposto de importação) e o Mini Cooper mais acessível, 1,6-litro, R$ 86.900.

O carro que o AUTOentusiastas avaliou era o Sport manual, sem opcionais, que são bancos totalmente em couro, rodas de alumínio 16-pol. com pneus 195/45-16, espelho eletrocrômico e teto solar elétrico. O 500 será vendido por somente 150 concessionárias do total de quinhentas, mas poderá ser atendido pela rede completa.

Espetáculo de tecnologia e estilo

Tal como o New Bettle, o estilistas da Fiat conseguiram criar um carro de motor dianteiro que parece não ter entrada de ar para o radiador, mas tem, embaixo. Só que ficou incomparavelmente mais parecido com o original do que o alemão (desenhado nos EUA) ficou (foto ao lado). Esquece-se até que o motor não é traseiro.

Se o 500 de 1957 era bem pequeno — entre-eixos 1.840 mm e comprimento, 2.970 mm, o novo teria de o ser também, mas com a habitabilidade mínima que se espera hoje: 2.300 mm de entre-eixos e 3.546 mm de comprimento. Fizeram-no bem alto, 1.492 mm (o original tinha 1.335 mm), o melhorou o espaço interno. Embora pareça alto demais, o Fusca e o Focus atual têm 1.500 mm de altura. Pesa 930 kg, bem mais que os 540 kg do 500 de 1957, mas é maior e há uma série de itens de segurança, barras antiinvasivas nas portas e nada menos que sete bolsas infláveis tipo bolsa/cortina em todo o interior.

É esse porte pequeno, mas sem deixar de ser confortável e espaçoso, que cativa. O diâmetro mínimo de curva não dos menores, 10,6 metros, mas as 2,5 voltas do volante entre batentes indicam uma relação baixa, portanto uma direção rápida. Dirigi-lo nas ruas mais apertadas é festa pura. Com meia volta de volante se faz praticamente tudo.

Espaço interno suficiente para motorista e passageiro, mais duas crianças

A assistência de direção é elétrica e ele pode variar a gosto do motorista por uma tecla no painel grafada “Sport”. Com a direção mais pesada a relação entre pedal de acelerador e borboleta de aceleração, que é elétrica, fica mais rápida. Na condição de máxima assistência é impressionante o que é leve.

O espetáculo de tecnologia continua. O carro traz controles de tração e de estabilidade. O de tração pode ser desligado por tecla, mas o de estabilidade, não. Além do controle de tração, já um tanto banal, o 500 traz o controle de freio-motor (MSR), que evita o efeito de frenagem, pelo motor, das rodas motrizes numa redução feita sem cuidado.

O ABS conta com o auxílio à frenagem (mais pressão de aplicação dos freios numa emergência mesmo que o motorista não o faça) e também a distribuição eletrônica das forças de frenagem.

Outro destaque é o auxílio de saída em rampas (hill holder), conjugado com o controle de estabilidade, que entra em ação sempre que a rampa tiver de mais de 2% de aclividade ou declividade, em que o carro fica automaticamente imobilizado durante 2 segundos. Com isso não há o deslocamento para trás ou para frente que apavora muitos motoristas, em especial os mais novos. Se a arrancada for imediata, o freio solta antes dos dois segundos.

O hill holder é muito útil nas ladeiras italianas ou mineiras.

Ainda no terreno das coisas bem-boladas, o interruptor de luzes. É 0 ou ligado, acendendo-se os faróis. Desligando-se o motor, desliga tudo, evitando, por exemplo, deixar o carro no aeroporto e na volta a bateria arriou porque se esquece uma luz ligada. Mas se ao desligar o motor for preciso acender lanternas, é só voltar o interruptor para zero e ligar de novo.

Anda muito bem

O motor é 1,4-litro, com nos Palios e Puntos daqui, só que com duplo comando e 16 válvulas e a gasolina somente, com bons 100 cv a 6.000 rpm. O torque é de 13,4 m•kgf a 4.250 rpm, mas bem espalhado pela faixa útil do motor. A taxa de compressão é boa, 10,8:1, e o corte de rotação é a 7.000 rpm, no conta-giros que marca até 8.000 rpm e é concêntrico com velocímetro e painel multiinformação A relação peso-potência de 9,3 kg/cv permite o bom desempenho informado e notado, como o 0 a 100 km/h em 10,5 segundos. A velocidade máxima, segundo a fábrica, é de 182 km/h.

1.4 16V, valente

Acelerar através das seis marchas é bem divertido, principalmente porque se escuta bem o berro mecânico e de aspiração do motor ao volante. Dá para ter certeza que foi intencional.

A câmbio é um autêntico 5+E, com máxima em quinta, motor a 6.190 rpm (potência máxima a  6.000 rpm, lembre-se) denotando cálculo perfeito. A sexta poderia ser um pouco mais longa, pois a 120 km/h o motor está a 3.400 rpm. Poderia ser um pouco menos, é muito num câmbio de seis marchas. A menos que se esteja numa via expressa vazia, pode-se esquecer a sexta.

Não andamos no Dualogic, de cinco marchas, mas analisando o câmbio parece ir muito bem também. A quinta ficou ligeiramente longa, mas nada que atrapalhe o uso. À velocidade máxima informada o motor está a 5.500 rpm, portanto já bem perto da rotação de potência máxima. Para 120 km/h é o que o giro fica um pouco alto, 3.650 rpm. Mas tem a vantagem dos dois modos de uso, manual e automático, e sem pedal de embreagem.

Relações de marcha, rotações e velocidade

A suspensão McPherson-eixo de torção dianteira-traseira é calibrada para firmeza mas sem exagero e constitui mas um ponto alto do 500, junto com os pedais de freio e acelerador permitem um ponta-salto à italiana: perfeito. O comportamento em curva é impressionantemente neutro, com leve saída de frente no limite que o controle de estabilidade nem se dá ao trabalho de corrigir.

O único senão de verdade é o tanque de combustível de apenas 35 litros. Na Europa até que é razoável, com gasolina sem etanol e consumo rodoviário informado de 19,2 km/L. Aqui deve fazer uns 15 km/L com facilidade, até que daria para rodar 525 quilômetros, ou ir de São Paulo ao Rio de Janeiro sem reabastecer. Mas uns 40 litros seram bem-vindos, sem dúvida.

O compartimento também é reduzido, 185 litros (VDA), mas considerando ser um carro urbano para dois, é suficiente. O estepe é temporário, tipo fino (135/80-14), para roubar o menos de espaço possível.

185 litros para bagagem, estepe temporário e alojamento para o manual.

Resumindo, é uma grande opção para quem quer rodar predominantemente na cidade mas não quer ficar preso a ela, pois o 500 é um bom estradeiro. Tem boa borracha no chão (185/55-15) e freios a disco nas quatro rodas. Antes que alguém ache que fiquei louco, o Porsche 911 teve durante muito tempo entre-eixos de 2.270 mm e hoje é de 2.350 mm. Um carro de 300 km/h!

Chassi não lhe falta: há na Itália uma versão Abarth, 1,4 turbo de 135 cv, 0 a 100 em 7,9 s e máxima de 205 km/h. A Fiat está bobeando em não trazê-lo.

É seguro, conta com dois amplos espelhos convexos, tem faróis de neblina, luz traseira para essa condição de tempo, repetidoras dos piscas nas laterais e ajuste elétrico, computador de bordo de 6 funções, do facho dos faróis, além de computador de bordo. O lavador do limpador, ao terminar a função, dá uma varrida final após 5 segundos, acabando com a aguinha que teimou em escorrer...

Já vem com vários itens de conforto como bancos parcialmente de couro, ar condicionado, rádio/CD com MP3 com RDS, travas/vidros/espelhos/fecho do porta-malas de acionamento elétrico, sistema de conexão de celular Blue&Me com porta USB e BlueTooth, volante com regulagem de altura (mas não dos cintos nas colunas, inexplicável),enfim, o carro para quatro ocupantes vem completo.

Como se não bastasse, é possível decorar o 500 na concessionária com faixas de fábrica de mil maneiras, personalizado-o. Diz a fábrica na Itália que dificilmente haverá um Cinquecento igual ao outro. Só cores são 11.

Com tantas combinações de cor e faixas escolheram justo essa...

Diante da oferta de mais de 600 veículos e versões no mercado brasileiro, o comprador pode (e costuma) ficar indeciso. Mas se ele ou ela quer algo prático, simpático, eficiente e moderno, a indecisão acabou. Pelo menos a minha já. Deixa entrar um dinheirinho...

BS


ABRA UM SORRISO, AO VÊ-LO OU AO DIRIGI-LO, TANTO FAZ
Carlos Zilveti

O novo Fiat 500 é um verdadeiro case (estudo) de marketing, além de extremamente charmoso. Quando acompanhava minha filha em seus programas de TV, há não muitos anos, havia um desenho animado que me chamava muito a atenção, trata-se do Dexter. A tradução de do nome tinha tudo a ver com o personagem principal, um menininho muito inteligente, que ao ser submetido a situações que o deixavam sob extrema pressão, pensava fundo e sempre saia com uma solução genial. Essa era a tônica de sair-se bem quando numa enrascada, pensar, pensar.

Zilveti, pensando...

Também é o paralelo que traço com o que o pessoal da Fiat conseguiu no novo 500. Temos de iniciar nossa análise no contexto e circunstâncias do mercado original do veículo, Europa Ocidental, a faixa de preços dos mini-carros, ou os sub-sub-compactos, carros menores que VW Polo, Fiat  Grande Punto, Ford Fiesta, Opel Corsa, Peugeot 207, Citroën C3 (esqueci de alguém?) começa em 8 mil euros e os topo-de-linha chegam a 12 mil euros, estes quase não vendem.

Esse segmento, do qual fazem parte o nacional VW Fox, o Ford Ka, Fiat 600, Renault Twingo, Peugeot 1007 etc. é um dos mais difíceis da Europa, seus preços são muito próximos dos automóveis do segmento imediatamente acima e seus custos produtivos também. Como são pequenos, não atendem necessidades básicas de espaço de famílias, portanto perdem um público potencialmente importante e essa combinação de fatores, derruba seus volumes de venda.

Os fabricantes buscam então os jovens, que se iniciam como profissionais, através de vários artifícios, cores variadas no interior, soluções inteligentes de uso do espaço interno, propostas tipicamente urbanas, ou seja, podendo ser o segundo ou terceiro carro de famílias maiores, além de parcerias no desenvolvimento e produção com outros fabricantes concorrentes. Peugeot com Toyota, Fiat com Ford etc. Os volumes baixos são um problema para amortizar os custos de desenvolvimento e como os preços não podem ser superiores aos dos veículos do segmento imediatamente superior, pelas razões já expostas, torna as margens terrivelmente diminutas, muitas vezes negativas... Portanto como sair-se bem? A única saída? Criatividade, aquela do Dexter!

Para manter o desenho do modelo original a tomada de ar para o radiador é pelo para-choque.

Sobrou ao criarem o Fiat 500. Ele começa cativando você ao extrair-lhe um sorriso, seja no Brasil, na Itália, na Alemanha, onde quer se faça presente, os sorrisos a ele são globais. O carro é inegavelmente simpático. Ao buscar contato mais íntimo com ele, os sorrisos vão se multiplicando, é muito ágil, estável, dirigibilidade irrepreensível, esta versão de 100 cv, combinada com 930 kg de peso, hummmm, acaba tornando-se um convite para ir muito além da cidade, não só para brincar, como, por que não, uma opção interessante para curtir uma viagem com sua parceira (o).

Ele não fará feio na estrada, pelo contrário. Mudanças de faixa, ultrapassagens rápidas, são fáceis e possíveis graças a suas patas largas (pneus 185/55) e de perfil baixo, em aros 15-pol., boa largura com baixo centro de gravidade, um câmbio manteiga, com ótimo escalonamento e a um palmo do volante.

Sorrindo...

O Fiat 500 é muito divertido, o pacote técnico que o acompanha só faz garantir essa diversão em diversos sentidos. O Bob deu-me rápida explicação de seus comandos, o botão "Sport" no painel altera a resposta da direção e também do acelerador. Bastou, rodei alguns quilômetros em ambos e minha escolha definitiva foi "Sport" acionado permanentemente. Uma propriedade melhor a esse botão, seria alegre, em italiano gioiosa. Se quiser andar mais radical, pressione o botão do "ASR off" e ele fica mais brincalhão, ou giocoso. Cada botão tivesse uma dessas respectivas denominações em italiano, cairia perfeito.

Seu motor 1,4 16V não tem nenhum aparato tecnológico sofisticado, como comando variável ou coletor de admissão variável, mas bem me pareceu calibrado para o gosto europeu, altos giros para divertir-se, nada de torque máximo a 2.800 ou 3.000 rpm, que o brasileiro adora para sair de lombadas em terceira marcha, dobrar esquinas em 3ª, retomar em 5ª a partir de 60 km/h.

Nada contra o gosto do motorista brasileiro típico, mas isso simplesmente mata qualquer diversão. Torna os motores mancos e as marchas curtas em demasia. Para quê? Meu único senão ao 500 foi a 6ª marcha, que ficou próxima demais da 5ª, podia bem ser mais longa, atingir os 120 km/h a 3.000 rpm ou menos, a 5ª daria conta do recado, em caso de qualquer aclive que pedisse uma marcha para baixo. O ruído do motor faz-se presente na cabine, mas é um italiano típico, o que esperavam? Isto é DNA e não é demérito algum, pelo contrário.

Seis marchas, a sexta poderia ser mais longa.

Busquei tanto aqui como nas principais publicações européias, ver os comentários quanto as experiência e testes dele. Entendo que a maioria dos avaliadores busque óticas objetivas, espaço interno, custo-benefício, comparado com seus pares, críticas quanto a ser 2+2 e não 4-lugares, consumo de combustível maior que o esperado para um minicarro, mas estou seguro que a proposta da Fiat não era essa objetividade, senão cairia na vala comum. Mas um fato é que todas as que pesquisei, foram unânimes quanto a simpatia e beleza do carrinho, estendido a seus dotes dinâmicos e prazer ao dirigir.

Voltando ao estudo de marketing, se o carro agrada tanto assim, o comprador entende a sua proposta, que é distinta dos minicarros em vários aspectos, pronto, a Fiat achou uma maneira de cobrar do comprador o seu preço: esta versão custa na Europa de 13 a 14 mil euros, acima das versões médias do VW Polo, Fiat Grande Punto, muito acima do novo Ford Ka, com quem divide plataforma e linha de montagem na Polônia. O Abarth? 18 mil euros!

Mas a resposta do público foi tão positiva que ele superou todas as expectativas, o mix de produção é quase só dele, a Fiat deve inaugurar a produção do mesmo carro em alguma planta na Itália, enfim, acertou em cheio.

CZ


CANDIDATO A MELHOR AMIGO
Paulo Keller

Assim como o VW Fusca de 1938, o Citroën 2CV de 1948 e o BMC Mini de 1959, o 500, ou Cinquecento, de 1957 também teve um papel importante na massificação do automóvel. Em 1957 a Fiat pretendia que os milhares de “vespeiros” pudessem substituir suas Vespas por um automóvel ágil, porém bem mais seguro que um scooter (motoneta), e que também servisse para a família. O Sr. Ratam Tata, portanto, não é nenhum gênio com o seu Nano. É apenas mais um visionário buscando a motorização de seu país. E assim nasceram carros bem compactos, duráveis, baratos e interessantes.

O Fiat 500 é um carrinho simpático. Parece um filhote de algum bichinho desses que minha filha gosta. Dá vontade de ser seu amigo! Assim que vi o Zilveti chegando nele abri um sorriso. Incrível como o 500 não tem nenhum traço de agressividade.

O Bitu já estava comigo esperando pelo Zilveti e enquanto conversávamos eu imaginava como ele caberia no 500. Aí tive a primeira boa surpresa, o 500, apesar de pequeno, acomoda dois adultos grandes e pesados, como eu e o Bitu, sem maiores complicações. Mas isso não impede de nos sentirmos num casulo, na verdade numa célula de sobrevivência, com seus 7 airbags (dianteiros, laterais, janelas e de joelho para o motorista). O banco traseiro é para crianças ou adultos subnutridos e o porta-malas, bem pequeno. O mais incrível, é que perto do 500 original, o novo é bem anabolizado.

Interior simples, mas bonito e agradável, apesar de pequeno dá para se acomodar bem.

O interior é muito agradável, principalmente pelo painel com apliques de plástico na mesma cor da carroceria. O desenho dos componentes é muito bonito, moderno, jovial e simples! A impressão de qualidade é positiva. Mas um olhar mais atento nota que a excelente aparência não esconde o foco no baixo custo, o que sinceramente não é um problema para mim se o carro não custasse a partir de 63.860,00 reais aqui no Brasil. Senti falta da regulagem de altura do cinto e da tampa do porta-luvas. O manual e toda a literatura de bordo têm um invólucro específico para eles no porta-malas.

Os comandos são bem à mão e um botão chamou a atenção, “Sport”, mas depois falo dele. O ponto H, altura do quadril, é bem alto. A sensação de altura é aumentada pelo fato de não enxergarmos a frente do carro, que é bem curta. A visibilidade à frente e para trás é ótima. Os retrovisores externos, além de grandes, estão muito bem posicionados. O grande mostrador central que acomoda o velocímetro e o conta-giros concêntricos dificulta muito a leitura das rotações do motor.

Velocímetro e conta-giros concêntricos, ideia melhoravel.

Resolvemos testar o 500 num ambiente similar ao seu país de origem. Numa estrada nas montanhas com muitas curvas fechadas. O mais próximo disso em São Paulo é a subida para o Pico do Jaraguá. Minha primeira descida e subida foi ao lado do FB. Juntos somamos quase 250 kg. No banco do passageiro eu fiquei frustrado e não consegui me divertir. Ao volante, e sem o Bitu, o conversa foi diferente. Iniciamos nossa amizade.
"Curvas, muitas curvas, é assim que eu gosto".

O tamanho diminuto e a concentração de massa (930 kg) colocam o centro de gravidade bem no centro do carro. Parece até que da pra sentir o CG ali, bem pertinho do banco, tamanha é a agilidade nas curvas. O botão “Sport”, já acionado, diminui a assistência da direção e deixa a resposta do acelerador mais rápida.

Agilidade! Olha o CG bem ali no meio.

Se o motor 1,4-litro de 100 cv não empolga muito, também não faz feio. Ele grita bem e o som invade a cabine. Se ao menos esse som fosse legal! A direção é muito rápida (2,5 voltas de batente a batente) e precisa, mas não chega nem perto da do Mini em envolvimento. Parece que entre o volante e as rodas há uma junta elástica bem molezinha. A suspensão é bem acertada. Com esse peso tudo fica mais fácil. Achei o comportamento bem neutro e o ajuste um pouco mais para o conforto. Os engates que são muito fáceis de fazer e o escalonamento apropriado ajudam a completar a diversão. As marchas parecem ser sugadas pelo trambulador que adivinha nossa intenção de troca. Os freios, a disco nas quatro rodas, são sublimes. O curso do pedal é curto, mas a progressividade é surpreendente.

Um ratinho!

Tudo isso faz com que ele tenha desenvoltura para contornar as curvas com a agilidade de um ratinho fugindo de um gato. Isso proporciona aquilo que os autoentusiastas adoram: prazer de dirigir. Muito prazer!
Em um trecho da (rodovia dos) Bandeirantes pude explorar bem a o motor, que gosta de altos giros, em retomadas e acelerações. Os apenas 1.030 kg, do carro mais o meu corpo, salvam o 1,4 16V do fracasso.

Achei as respostas e retomadas mais que suficientes, embora exijam altas rotações. Confesso que devido a altura elevada (1.492 mm) e o diminuto entre-eixos (2.300 mm) achei que a estabilidade direcional em altas velocidades seria comprometida. Mas ficou só no achismo. O comportamento do 500 em estrada é excelente, e de quebra ainda temos um costureiro de primeira! O ruído interno, reduzido quando se engata a sexta marcha, poderia ser menor, o que denota o baixo custo. Freadas mais incisivas também não causam nenhum susto.

Na estrada, uma grata surpresa.

A minha conclusão é que o 500 é um citadino nato, apropriado para o uso urbano e diário, mas que enfrenta viagens sem problemas (para um casal), um belo instrumento de imagem, que chama a atenção dos passantes e causa orgulho ao seus donos, feito sem pretensões esportivas mas que proporciona muito prazer. Enfim, um excelente amigo, melhor amigo.

PK 


"TCHINQUETCHENTO": SIMPLES, DIVERTIDO E DESPRETENSIOSO
Felipe Bitu

No final do ano passado, um grande amigo de Piracicaba (e também parceiro de negócios) veio a São Paulo para que pudéssemos resolver algumas pendências profissionais na capital. Organizamos o nosso dia da seguinte forma: reuniões chatas pela manhã e visitas a clientes e fornecedores na parte da tarde. Ao final do dia, como prêmio, iríamos até uma concessionária Fiat para conhecer o novíssimo “Tchinquetchento”.

Expediente encerrado, em poucos minutos estávamos na concessionária, onde encontramos um “Sinquessento” no acabamento “Isport”: branco perolizado, com transmissão robotizada Dualogic, mas sem o desejado teto solar. A simpática mocinha que nos atendeu explicou ainda que o teto solar estava restrito à versão “Long”, que trazia ainda mimos como o ar condicionado digital, banco do motorista com ajuste de altura e outras benesses.

"Quinhentos", menos charmoso, mas mais fácil de falar.

Ficamos sem entender nada até o momento em que ela nos entregou o material publicitário: o tal “Sinquessento” era mesmo o “Tchinquetchento” do comercial (a Fiat poderia simplificar e chamar logo o carro de “Quinhentos”, mas...), o “Isport” era a versão de entrada “Sport” e o estranho “Long” era na verdade a versão mais completa, a “Lounge”. Definitivamente, um disco voador de Billy Meier causaria menos estranheza aos atendentes se estivesse ali, misturado entre Milles e Palios de cada dia.

Inconformismo à parte, dentro do pequeno carro a impressão foi das melhores: fiquei feliz por me sentir confortável ao volante do pequeno Fiat (tenho 2 metros de altura e peso 140 kg), ficou aquela vontade imensa de dar a partida e sair por aí brincando com o carro, mas infelizmente o test drive ainda não estava disponível. Olhamos as fichas e vimos que o mais simples era oferecido por volta de R$ 62.000,00, enquanto que o mais caro já estourava a casa dos R$ 70.000,00.

O amigo perguntou: “O que você acha, Bitu? Compro um desses ou compro outro New Beetle?”. Eu respondi: “Por essa quantia eu ficaria mais feliz de Civic ou Corolla”.

Corolla ou Civic? 500!

Sem perceber, começava ali a destilar toda a minha chatice racional, típica do brasileiro de classe média, que compra carro por metro, com motor flex, de preferência preto ou prata, pois “é mais fácil para revender”, como se carro fosse apenas investimento. Aquela chatice típica de quem conhece (ou acha que conhece) a fundo o automóvel, aquela mistura de senso crítico apurado com arrogância que cheira muito pior do que lona de freio queimada.

Uma chatice incompatível com o espírito do autoentusiasta que se preze.Pois bem, o chatão racional que vos escreve recomendou um sedã japonês ao amigo de 20 e tantos anos, solteiro e sem filhos. O que parece racional aos olhos de quem precisa carregar esposa e filha (e suas bagagens enormes) é totalmente irracional para ele, que além do New Beetle possui em sua garagem um Chrysler 300C e uma Harley-Davidson Nightrain.

Estamos falando de um jovem empreendedor de sucesso, com muito dinheiro no bolso e que, apesar de não ser um entusiasta, gosta de carros e motos e da imagem que eles transmitem: o New Beetle é seu carro de uso diário e ao mesmo tempo um fun car, despretensioso, um VW Golf para quem não deseja ser confundido com os outros proprietários de VW Golf. O Chrysler fica restrito a eventos sociais em que o espírito jovem e descontraído do New Beetle não é bem recebido, transmite uma imagem mais formal e sisuda.

E a Harley cumpre o seu papel em viagens e diverte pelo estardalhaço visual e sonoro que provoca. Para quem possui uma visão limitada e mentalidade tacanha, pode parecer coisa de gente “que quer aparecer”, mas não é. Aparecer todo mundo aparece, de uma forma ou de outra, o que esse público realmente deseja não é aparecer, mas sim diferenciar-se, fugir do padrão de Civics pretos e Corollas pratas. Para a maioria, não é uma questão de vaidade e sim de personalidade.

Simpatia é o que não lhe falta.

Não se trata do público que compra carro por metro, é um público que simplesmente entra na loja, olha, gosta e compra. Simples assim. É um público que torce o nariz para números e dados técnicos, eles não fazem questão de saber a potência do motor, se o carro tem um consumo elevado, nada disso, tudo o que eles querem saber é se o carro é bonito e se é gostoso de guiar. É um público que está pouco se lixando para o senso crítico dos jornalistas do meio automobilístico, que acabam por publicar muitas bobagens na tentativa de complicar assuntos bem simples.

Simplificando ainda mais: digo com todas as letras que o “Tchinquetchento” é capaz de agradar a todos, pois é bonito, charmoso, cheio de personalidade e muito divertido. Como o New Beetle, é um carro que arranca sorrisos por onde passa, é recebido em qualquer lugar com muita simpatia. Não é nenhum “canhão”, mas anda muito bem, apresenta uma direção com boas respostas, freios com boa modulação e uma dirigibilidade impecável, cativante.

A atmosfera do carro em nada lembra a atmosfera dos anos 50, por mais que o carro tente evocar a época de seu antecessor. Não há nada que pareça “retrô” de uma maneira forçada, todos os detalhes internos são de extremo bom gosto e 100% funcionais.Volante, câmbio e pedais em posição quase perfeita, faltou apenas uma regulagem de distância do volante de direção, mas o problema não é o carro e sim o meu tamanho exagerado. Os bancos são bem confortáveis e não senti falta de sua regulagem de altura (talvez um “baixinho” sinta falta). Críticas apenas à falta do porta-luvas, à sensação tátil da manopla do câmbio e ao formato dos mostradores: não me agrada nem um pouco a ideia do conta-giros integrado ao velocímetro circular, que dificulta a leitura.

500, do jeito que ele gosta.

No centro do painel há um pequeno botão com a inscrição “Sport”, que diminui a assistência da direção elétrica e deixa a resposta do acelerador mais rápida. O motor é um Fiat Fire de 1,4 litro, com 4 válvulas por cilindro e excelente calibração. Apesar do torque máximo estar a 4.250 rpm, ele responde bem a partir das 2.000 rpm e vai a 7.000 rpm sem esforço aparente.

O câmbio tem seis marchas, com relações bem próximas entre si, ideal para manter o motorzinho “ardendo” naquela faixa bem italiana entre 4000 e 6000 rpm, bem curtinho mesmo. Tão curto que a 120 km/h em sexta marcha o motor está a 3.400 rpm, rotação que pode parecer alta, mas é perfeitamente aceitável para velocidades de cruzeiro em carros tipicamente italianos.

Na estrada, ardendo, o desempenho é mais que satisfatório

A suspensão é firme e tem pouco curso e a dirigibilidade é favorecida com o auxílio do ESP (controle de estabilidade) e ASR (controle de tração), sendo que apenas o último pode ser desligado. O conforto é garantido, mas o carro chacoalha um pouco em ruas esburacadas (mais uma vez, um problema do piso e não do carro). Entre outros detalhes agradáveis temos o MSR (motorschlupfregelung) e o Hill Holder: o primeiro evita que o freio-motor freie demais as rodas dianteiras em uma redução e o segundo funciona como um freio de mão puxado que atua por 2 segundos, ajudando muito em aclives (principalmente ao estacionar fazendo baliza).

Curiosos que somos, colocamos o carro sobre o fosso de um posto de serviços e o inspecionamos por baixo: chama a atenção logo de cara o tamanho do tanque de gasolina, minúsculo (apenas 35 litros, mas com boa autonomia graças ao baixo consumo) e o cuidado que os engenheiros da Fiat tiveram com a proteção das linhas de freio e outras fiações. A barra estabilizadora está presente também no eixo traseiro e há uma espécie de cinta têxtil que dá a volta nos coxins do sistema de escapamento, provavelmente para segurar as peças no lugar quando o coxim se romper. É uma idéia interessante: o escapamento vai fazer barulho e avisar que o coxim está quebrado, mas não vai cair no meio da rua.

Examinamos tudo!

Enfim, eu poderia relatar aqui uma infinidade de detalhes do pequeno carro, mas seriam palavras vazias, irrelevantes, ninguém quer realmente saber nada disso. O “Tchinquetchento” é um carro que desafia qualquer descrição, o ideal é que todos tivessem a oportunidade de guiar um, para perceber que o mundo pode sim ser mais emocional, além de funcionalidades supostamente racionais e da aceitação do mercado.

Em sua melhor definição: é um carrinho despretensioso, para quem entra na loja, olha, gosta e compra, sem se prender a outros detalhes. Se você for como o meu amigo e puder se dar a esse luxo, não hesite: você vai gostar muito do pequeno Fiat.

FB

Outras fotos que não couberam no post.




51 comentários :

  1. adoro o 500. quem sabe daqui a dois anos, quando vier do México, sem impostos...

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    1. Cara, você é um profeta ! Acertou em cheio ! rsrs

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    2. Nossa!!! , Sr eduardo palandi Nostradamos, saberia me dizer em q ano vem o fim do mundo? Pq vc é um profeta meu chapa!

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    3. E vem com tudo!! Acertou meeesmo.

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    4. Auto brsiliano mi lasciare con disgusto - sono costosi, debole e le parti in plastica sono della peggiore qualità!!!
      Il 500 L'Europa è molto meglio..

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  2. Ótimo post!
    A vontade é de como o Bitu disse, poder ter a oportunidade de cada un de nós dirigir um, mesmo que seja por um dia...
    Belas as fotos do PK!

    Abraços
    César Dias

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  3. Lendo esse post encontrei o 500 como a versão do meu carro 0km (uno 1.6Rmpi) sendo pela diversão na condução ou pelo motor que mesmo pequeno cumpre bem seu papel!

    quem sabe daqui a alguns anos (hj tenho 23) não tenha condições $$$ de ter esse pequeno "espoleta" na minha garagem!

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  4. hehehehe...o volante é um remake do Panther de 10pol ou era o Ogro Bitu no comando?!

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  5. 4 a 1.
    A minha ideia sobre o 500 é que era um carro sem espaço e mal dimensionado mecanicamente (leia-se pouco motor e câmbio longo).
    Ao ler a reportagem, escrita por 4 mestres neste quesito, me diverti e muito com alguns comentários, e fiquei feliz em saber que a FIAT acertou em fazer um carro, porque não uma macchina!!!
    E, fiquei feliz em saber que o Bitu coube nele... Isso quer dizer que também posso! (risos)
    Pessoal, parabéns pela reportagem.
    Um super T.'.F.'.Abraço.

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  6. gostaria de saber se o Bitu realmente está tentando levantar o carro na penultima foto

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  7. Bitu
    Você não encontrou problemas para se acomodar no 500 porque era a versão sem teto solar. Quando há esse opcional, o forro do teto fica cerca de 5 cm mais baixo para acomodar os braços e trilhos do vidro. Dá pra dirigir com a cabeça pra fora do carro.

    "Ah, mas com o heavenskyroofwindowtop vem o ajuste de altura", alguém irá dizer. Sim. A regulagem leva o banco de alto para muito mais alto.

    Foi como dirigir o 206CC, mas sem poder abrir a capota para resolver o problema.

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  8. Mister Fórmula Finesse08/02/2010, 08:49

    Esse carrinho é uma maravilha para dirigir como foi descrito com maestria no post. Direção direta, câmbio que é um brinquedo para acionar e o motor sempre disposto a dar um pouco a mais do que seu deslocamento contido faria supor.

    Bom de entrar nas curvas e negociar quase nada a aderência disponível, mantenha o pé no fundo que ele encontra o seu caminho bem definido.

    Ótimo acabamento, e aquele visual matador que não deixa ninguém indiferente..(o "meu" era um vermelho com as cores da Itália nos frisos,,,minha própria 360 Stradale).

    Uma máquininha apaixonante mesmo que ao preço do meu (nescessário) sete lugares atual. Eu teria um como segundo - primeiro não por necessidade - carro com o máximo de prazer.

    Parabêns pelo maravilhoso post!

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  9. Antes de tudo, parabens aos 4 Ae pelo maravilhoso post, muito bom mesmo ! Esse forum ta batendo muitaa revistaa, fazendo perder clientes. Eu sou um deles ! ! !



    E sobre a ``tropicalizacao`` ?

    O que foi feito oficialmente ? Somente calibraram o motor para rodar com E25, ou elevaram alguns 10mm a suspencao ?

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  10. Leo,
    Não há informação de elevação da altura de rodagem e nem aspecto de que tenha ocorrido, o que explica em parte o comportamento excepcional. Mas vou checar com a Fiat. Calibração para E22 (o padrão da indústria), sem a menor dúvida.

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  11. Parabéns à Fiat por trazer o carro tal qual oferecido lá fora. Com os 7 air-bags e tudo.

    Aquele extintor nos pés do carona parece roubar um bom espaço.

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  12. Gosto do Cinquecento, mas também já gostei do Mini e do New Beetle quando eles eram uma novidade.

    O problema com esses modelos retrô, pelo menos para mim, é que a paixão termina assim que eles deixam de ser uma novidade. Basta ler os impropérios lançados contra o New Beetle aqui mesmo neste blog quando o infeliz deixou de ser produzido.

    Prefiro carros cujo design tenha uma honestidade intelectual que faz que eles se afirmem - e perdurem - por seus próprios méritos. Mesmo já tendo passado do prazo de validade, o Uno é um bom exemplo disso.

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  13. Keller... eu mesmo não consegui não sorrir ao ver este, no caso estes, provavelmente um pessoal do FIAT, que apresentava o carro pela cidade de São Paulo, em 2,3 ou 4 unidades, não consigo precisar. Percebi também que os motoristas estavam curtindo muuito a reação das pessoas. Que carrinho carismático!!!
    Bitu, sua analogia sobre a razão x emoção fez me sentir um idiota, lembrando de tantas vezes que amigos me procuraram pedindo minha opinião para a decisão de compra de um carro... e eu fiquei detalhando os porquês de um carro ou de outro. Ótimo post!!!
    Deve ser muito bom rodar pela cidade recebendo sorrisos de todos os lados! Acredito que isto só não seria muito legal num dia em que o motorista está "contra o mundo", sabe? ou seria a solução para melhorar a vibe?

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  14. Tirando alguns grandes ícones da indústria automobilística americana dos anos 50, que vejo em absoluto estado de perfeição em encontros de antigos, e me deixam absolutamente louco de vontade de ter um, acho que nenhum outro, nem mesmo os grandes sedãs de luxo da atualidade, que são meu tipo preferido de carro, foi capaz de me cativar tanto quanto o Fiat 500. Foi uma paixão fulminante, arrebatadora, assim que o vi. Como já disse no teaser (Várias mãos) que antecedeu esta matéria, acho o 500 "o" carrinho. Caro ou não, se tivesse dinheiro sobrando, pagaria cada centavo que a Fiat pede por ele, com imensa satisfação.

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  15. @ Paulo Levi,

    "Prefiro carros cujo design tenha uma honestidade intelectual que faz que eles se afirmem - e perdurem - por seus próprios méritos. Mesmo já tendo passado do prazo de validade, o Uno é um bom exemplo disso." [2]

    Perfeito. Parabéns.

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  16. Para curiosidade de alguns, a publicação alemã "Automotor und Sport" lançou uma enquete entre seus leitores e 69% disseram que este carro tem tudo para tornar-se um cult-car.
    caso esta visão se confirme, irá parcialmente em contra o que o Paulo Levi disse. O tempo dirá.

    CZ

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  17. Muito bom o teste a "oito mãos" do Fiat 500. Confesso que não ligava muito para o carro, pois também tenho a mania de avaliar os carros como um "chato de classe média, que compra carros por metro" (essa foi boa, vou guardar na cachola!)

    Interessante que não havia lido ainda que a vocação do carrinho não era esportiva, pois todas as publicações enfatizam justamente esse aspecto. Bom para a Fiat, que criou um carro divertido sem exageros. Pena que os impostos "matem" o preço do carro no Brasil... A combinação de cores e faixas do carro das fotos ficou ótima.

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  18. Muito legal a avaliação, fico aqui imaginando como o Abarth deve ser nervoso.

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  19. Entrei no site da Auto, Motor und Sport para ver essa enquete mencionada pelo Carlos Zilveti, e lá esbarrei na seguinte notícia: o Fiat 500C (versão cabriolet do 500) foi eleito o "2010 European Gay Car". E outra que eu não sabia: em 2008, o Cinquecento fechado já havia sido agraciado com esse prêmio.

    Cult ou não, o carro agrada a gregos e troianos...

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  20. Sigmund Freud08/02/2010, 23:33

    Um carro par quem tem síndrome do pavão.

    Um Celta, se tivesse o fantástico 1,4 l de apenas 8V, ar e direção assistida com relação menor que o padrão GM de 17:1, faria o mesmo serviço que o pavãozinho, divertiria de fato, e com mais espaço.

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  21. Os testes daqui são sempre ótimos. hehe

    Bob,

    Estou me deliciando com seus testes nas Autoimports da década de 90 que reencontrei no meu armário.

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  22. "Curiosamente, o novo Ford Ka também é produzido lá, na mesma linha, compartilham a plataforma". Palavras de Bob Sharp.

    Mas em "CHEVROLET AGILE = CORSA? - O GRANDE MITO DAS PLATAFORMAS", o mesmo autor afirma:

    "Isso serve para demonstrar para os 'entendidos' em automóvel que informar que a plataforma é x ou y não tem nenhum valor como informação, nem mesmo como curiosidade".

    Ué, no caso do Agile, era um "sacrilégio" falar sobre plataformas. No caso do pequeno Fiat, não?!...

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  23. Paulo Levi... até aí tinha até arco-íris na propaganda do New Beetle.
    Eu sempre comentei com um amigo que queria comprar um New Beetle, que a própria VW fazia propaganda voltada para o público gay. Ele sempre duvidou, até um dia que paramos numa padaria para comer um lanche e parou um New Beetle ao lado. Ele ficou olhando pro carro (que estava realmente impecável) e no que ele percebeu o "dono" do carro estava "olhando" pra ele... kkkkkk...
    Os cult cars sempre serão bem vendidos ao público gay.

    Henrique,
    Já faz muito tempo que eu dirigi o Ka, mas lembro da sensação de dirigir um kart (em outras palavras, é bem divertido!)
    O Ka é simplesmente idolatrado entre os fordistas e depois desta matéria em que um carro com a mesma plataforma e motor mais fraco foi tão elogiado, aumentou a vontade de comprar um Kazim 1.6! Que inclusive passa desapercebido no trânsito, pra quem não quer passar como pavão do trânsito...

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  24. Ótima reportagem de um carro que definitivamente não foi feito pra mim. Gosto de dirigir esportivamente, mas também gosto de sensação de amplitude e praticidade para usar o carro em qualquer situação. Então, para meu gosto e uso, os tais 60 ou 70 mil do pequenino Fiat seriam melhor aplicados em um BMW 3 ou 5 usado, ou mesmo um Civic Si. Mas ainda a título de comparação, uns 25 mil a mais e já se acha BMW série 1 novo em folha...

    A reportagem a muitas mãos ficou ótima. Fica perfeito para entendermos diversos pontos de vista quanto ao carro analisado.

    Claro que um carro fotogênico sempre ajuda, mas é indiscutível que as fotos do PK estão sublimes. Uma dúvida: aquela foto junto à placa de teste dos freios é na descida do Jaraguá???

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  25. Fabio,

    O Ford Ka em questão, que usa a mesma plataforma do Fiat 500, é a segunda geração européia, diferente do nosso "novo" Ka. Ainda assim, sua comparação com a primeira geração do Ford é bastante pertinente, principalmente quanto a algo que diverte, mas chama menos atenção.

    Mas meu ponto é que um representante da imprensa especializada possa dizer uma coisa num momento, e outra, completamente oposta, num outro instante. E qual a relação que isso tem com a imparcalidade no jornalismo.

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  26. Aí é com o Bob...

    Alguém aí já testou o Ka europeu?

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  27. Sandoval Quaresma09/02/2010, 16:47

    Sábio Sigmund Freud.
    carrinho de mulher mesmo.

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  28. Problemas com auto afirmação? Compense com um Fiat 500.

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  29. Pinte um 500 de rosa, e ele vira (como qualquer outro pintado assim) "carrinho de mulher", he, he, he!
    Problemas com grana? Compense com um Fiat 147 financiado em 60 meses, he, he, he!

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  30. O camarada aí de cima já comprou o seu, a carapuça serviu.

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  31. O camarada lá de cima não veste carapuças: ele apenas detona os comentários idiotas, he, he, he!

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  32. Meu véio trocou o linea nisso aí.. eu achei legal de andar com ele, é até de certo modo confortavel, e chega a ser engraçado os dois véinho dando banda no carrinho! parabens pela materia

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  33. Post muito legal, diferentes ponto de vista, porém culminando numa opinião unânime. Não teve nenhum vídeo desta vez? Não convidaram o MAO ou ele se recusou alegando que o 500 morreu, rs?
    Dessa onda retrô esse Fiatzinho é, sem dúvida, o mais interessante. Gostei muito do branco perolizado que o FB citou, lembra muito o bege Nevada usado pela Ford nos anos 90, tem um 500 a venda na minha cidade nesse tom de pintura.

    Sobre os “cults” serem carros destinados ao público GSL, isso é bem relativo. Não faz muito tempo o Golf também foi considerado um dos preferidos dos gays na Europa ou EUA, não me recordo. De modo geral esse público prefere os carros menores ou que tenham características marcantes como os retrôs.

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  34. Complementando,
    A versão destinada a ralis do 500 é muitíssimo interessante, tanto em desempenho (esperado pelos dados técnicos) quanto em aparência. O pequeno Fiat perdeu a carinha simpática em prol de um visual mais série e agressivo, como pode ser visto nesse link do BCWS.
    http://www2.uol.com.br/bestcars/un13/312-fiat-500-abarth-r3t.htm

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  35. Ola a todos, fazem 5 dias que tenho um lounge preto.E vou dizer a vcs:é apaixonante!!!!

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  36. Tenho um 500 amarelo do modelo do testado pelo pessoal do AE, exceto pelas faixas decorativas que não quis colocar.

    Vou lhes falar, foi um dos melhores negócios que já fiz comprar esse carrinho. Tenho também um sedan na garagem para viagens maiores, mas não tenho mais vontade de dirigí-lo visto a agilidade e conforto que o pequeno 500 traz.

    Um carro incrível que só faz valer a máxima de quem desdenha quer comprar.

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  37. Eduardo Palandi disse...

    adoro o 500. quem sabe daqui a dois anos, quando vier do México, sem impostos...
    07/02/10 23:19

    Profético o amigo, hein!!

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  38. Um branquinho seria a minha escolha. O problema é convencer a esposa, lol...

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  39. Bom, eu comprei por impulso, vi o carro no shopping, cinza sfrenatto e comprei um igual, versão sport com câmbio automático. Nunca tive um carro por mais de 3 ou 4 anos, já perdi dinheiro comprando zero e até usado. O que vale mesmo é a curtição. Vou receber o carro no dia 2. O texto só me deixou mais feliz com a compra. Abraço,

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  40. Comprei um preto,excelente.

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  41. Realmente ,poderia haver outra conjugaçao entre o marcador de velocidades e giros
    o fato de estarem quase juntos ,realmente me atrapalha,ou incomodada,mas ,eh superado pelo conjunto,
    falaram em parecer arvore de natal ,realmente nao achei,nao.
    testei a versao,1.4 -8 valvulas, ,boa,
    como disseram,eh para quem,chega ,gosta ,e compra,
    toluca ,ja chegou,com 20 000 a menos,isso influi, na escolha,o preto eh muito bonito,para os baixinhos ,o banco tem regulagem de altura,---ahh garantia dois anos

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  42. vocês poderiam repetir o teste "a oito mãos" com o mexicano...

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  43. ontem fizeram uma vistoria de seguro e o rapaz nao encontrou o numero do chassi, alguem sabe onde fica ??????

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  44. QUEM SOUBER LUIZCOSTARP@HOTMAIL.COM

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    1. Olhei o manual na internet e na página E1, diz que o número do chassi está no lado direito do pavimento traseiro do porta-malas.

      Obs.: Abra a tampa do porta-malas, levante o tapete e olhe no lado direito, ok?

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    2. me informaram que é embaixo banco passageiro, soleira da porta, abaixo de uma moldura, tirar a moldura com cuidado, tem 2 grampos e 1 parafuso.

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    3. Bom, pela data voce já achou, mas ele fica no porta malas...

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